Um retrato das escolhas financeiras

Tempo de leitura: 4 min

Escrito por Reginaldo de Souza
em 8 de setembro de 2014

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A construção de seu patrimônio e a garantia de que você terá dinheiro no futuro depende das decisões e das escolhas financeiras que você fizer no decorrer de sua vida.

Dependendo de suas escolhas, você poderá anunciar sua aposentadoria ou sua independência financeira bem antes de completar 65 anos de idade. Caso você não tenha consiga realizar esta proeza,  é sinal que ainda não tem uma sabedoria financeira o suficiente para construir este patrimônio.

No decorrer de sua vida ativa, que é o período durante o qual você trabalha e é remunerado, muito dinheiro passará por sua mãos. Experimente multiplicar todos seus salários pelo período em que já trabalhou. Quanto disso você gastou e poupou?  Será que todos seus gastos foram necessários?

É claro que a decisão de como e quanto gastar do seu dinheiro é toda sua, portanto não poderá sair por aí culpando os outros pelas suas escolhas.

Aqui irei contar duas histórias fictícias, porém baseadas em situações que podem acontecer com qualquer pessoa. Se alguém se identificar com alguma delas será mera coincidência (ou não?).

Escolhas financeiras

Adriano e Marcelo possuem histórias distintas, e o patrimônio acumulado por eles é resultado de tudo isso.

Adriano

Adriano desde cedo aprendeu com seus pais a controlar os gastos e a respeitar o orçamento determinado pela família.

Depois de formado, na empresa em que trabalhou, ele aprendeu a estabelecer de forma clara os objetivos da empresa, definindo prazos, verbas disponíveis e responsabilidades das pessoas envolvidas e cada projeto.

O que ele aplicava na empresa passou a aplicar também em seu planejamento financeiro pessoal anual. Seu salário não era grande, e pedro ainda morava com seus pais, o que fazia com que suas despesas fossem pequenas. Mesmo após contribuir com as despesas de casa e bancar com seus estudos, ele guardava 50% do que ganhava.

Após o casamento com Isabela as despesas aumentaram, porém todas planejadas e controladas. Adriano não mudou o seu conceito.

Eles trabalharam dos 20 ao 55 anos, com um salário médio de R$ 4.000,00 cada um.

Multiplicando seus salários médios por 13 (inclua o 13º salário) chegamos a R$ 52.000,00 no ano.  Multiplicando este valor pelos 35 anos em que trabalharam verificamos que neste período cada um deles recebeu R$ 1.820.000,00.

O que será que o casal fez com essa pequena fortuna de R$ 3.640.000,00?

Eles optaram em gastar boa parte na educação dos filhos, que já são independentes, e a viver hoje confortavelmente.

Juntos construíram um patrimônio, que além de proteger, ainda é capaz de gerir renda para a família. Casa própria e dois carros quitados que já lhes garante conforto e segurança. Além disso, possuem um pequeno apartamento alugado e uma carteira de ativos financeiros (aplicações), que proporcionam rendimentos que complementam a aposentadoria que recebem do INSS.

Aqui Adriano usou e abusou da inteligência financeira desenvolvida desde a infância pelos seus pais.  O casal decidiu parar de trabalhar por possuir um patrimônio sustentável e gerador de receita.  Agora possuem uma ótima qualidade de vida e estão curtindo confortavelmente a melhor idade.

 

Marcelo

Os pais de Marcelo sempre foram consumistas e sempre quiseram tudo de bom e do melhor. Sempre gastavam tudo o que recebiam, e ainda chegavam a pedir dinheiro emprestado para financiar seu desejos de consumo.

Esse comportamento influenciou Marcelo que seguiu o mesmo padrão de consumo dos seus pais.

Orçamento, limite de gastos e renúncias não fizeram parte da vida de Marcelo. Sempre estudou em boas escolas, inclusive fez cursos no exterior. Graças aso pais teve boa formação acadêmica.

Depois de formado passou por três empregos diferentes, pois não conseguia se adaptar às regras e compromissos que divergiam muito do comportamento adotado pela família.

Um dia casou-se com Gabriela, artista plástica, cuja personalidade e comportamento era bem parecido com de Marcelo. Passaram a morar em um apartamento alugado no melhor bairro da cidade.

A disciplina e um bom orçamento doméstico seria muito importante para pessoas com esse perfil de renda. Mas infelizmente nenhum dos dois teve essa oportunidade de aprender tudo de bom que um planejamento financeiro pode proporcionar.

As finanças do casal jamais tiveram controle, e ele jamais fizeram um plano orçamentário para a realização dos sonhos, pois preferiram antecipá-los através de financiamentos. Também trabalharam por 35 anos com o salário médio de R$ 4.000,00 cada um.

O que ele fizeram com a pequena fortuna de R$ 3.640.000,00? Gastaram em financiamentos de sonhos imediatos como, financiamentos de carros de luxo, viagens, festas, …etc. Nunca pensaram no futuro, tudo o que ganhavam eles gastavam.

O único patrimônio que conseguiram construir foi o imóvel onde moram hoje, que foi pago às duras penas do financiamento.

Perspectiva de independência financeira e redução de carga de trabalho não fizeram parte do cenário desta família,  e ainda contaram a sorte de não ter faltado saúde e trabalho para prover seu sustento.

Marcelo, hoje com 65 anos continua a trabalhar, pois o que ele ganha com aposentadoria do INSS não é o suficiente para sustentar as despesas do casal e as dívidas que acumularam no decorrer de sua vida.

Não importa o quanto você ganha hoje.  São suas escolhas financeiras é que ajudarão a você escrever a sua história.

A escolha do que estilo de vida  a seguir é totalmente sua. como escrevi lá em cima,  você é que decide como deve gastar ou poupar seu dinheiro. Só não vale reclamar no futuro, por não ter feito a escolha correta.

Você pode planejar o seu futuro sem deixar de viver o presente.

E você? Que estilo de vida você decide seguir? Do Adriano ou a do Marcelo? Deixe sua opinião.

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